sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Um robô pra chamar de meu (1)

Elisa Kopplin Ferraretto


Muita gente que foi criança nos anos 1960 e 1970 alimentava um desejo secreto: ter  um robô como seu melhor amigo. Igualzinho ao Will Robinson da série "Perdidos no Espaço", com o modelo B9, conhecido simplesmente como Robô. Inteligente, divertido, sensível às vezes, sarcástico em outras, quase humano. Mas com uma força e um arsenal de truques que nenhuma pessoa poderia oferecer.
Naquela época, a gente fazia folia na rua sem medo de assaltante nem de traficante. Mas,  na nossa imaginação,  sempre havia o risco de, enquanto se brincava de roda,  de pegar,  de esconder,  de passar anel,  de fita etc.,  surgir um alienígena horrendo,  um monstro de oito olhos,  um gigante ou  horror dos horrores!  o Homem do Saco,  pronto a enfiar dentro daquele trapo sujo as crianças arteiras.  Então, ah, se a gente tivesse um robô para nos proteger!!!  Ele avisaria: "Perigo, perigo", de suas "mãos" sairiam raios e nós, ilesos, ficaríamos cheios de orgulho por termos um amigo tão especial... Sonho nunca concretizado,  mas sempre lembrado pela  miniatura que nos espia das estantes...


O Robô foi criado por Robert Kinoshita. Anos antes, de sua imaginação também  saíra o Robby, do filme Planeta Proibido.  Na foto,  o velhinho (que morreu em janeiro deste ano,  aos 100 anos) com nossos dois amigos inesquecíveis.


Faz um tempo enorme que não sou mais criança,  mas,  como não se confirmaram as previsões do passado,  de que no longínquo ano 2000 todos teriam seu robô pessoal, eu sigo sonhando com o meu. Afinal,  amigos de verdade são cada vez mais raros,  e uma proteção extra nestes tempos difíceis viria bem.  Pena que o medo de hoje não seja mais imaginário,  não seja mais do alienígena esquisito,  do monstro de mentirinha, do Homem do Saco...

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