sábado, 26 de setembro de 2015

Eternas matinês (1) - Jerry Lewis

Elisa Kopplin Ferraretto

Em um distante domingo à tarde, minha mãe me convidou para assistirmos, na TV, a um filme com um ator de quem ela gostava muito. Foi assim que, em meio a muitas risadas, conheci Jerry Lewis. Desde então, vi e revi muitas vezes algumas das tantas histórias ternas e divertidas que ele estrelou, principalmente aquelas que, nos anos 1970 e 1980,  repetiam a toda hora em alguma Sessão Comédia na TV.
Uma das cenas mais famosas está em “Errado pra cachorro”: a da máquina de escrever invisível. Agitando as mãos no ar,  Jerry Lewis imita os movimentos de quem está batendo à máquina de escrever – datilografa, empurra o rolo de um lado para outro,  aciona a alavanca de mudança de linha. Tudo isto, acompanhado de uma perfeita sonoplastia,  cria a ilusão de que ali realmente existe uma máquina.


Não dá para esquecer de Jerome Littlefield, o atrapalhado e hipocondríaco atendente de uma clínica em “O bagunceiro arrumadinho”. Uma das melhores cenas é aquela em que uma paciente vai exagerando seus problemas de saúde e Jerome começa a sentir todas as dores que ela está descrevendo.


Genial também a performance de Jerry na pele de Clayton Pool, em "Bancando a ama seca".



Em "O meninão",  ele é Wilbur,  que,  disfarçado de criança, se esconde, em uma escola para moças, de uma gangue de criminosos.  Como não rir daquele homem desengonçado que bagunça uma reunião da direção da escola em uma roupinha de marinheiro? Ou da cena em que "ajuda" o professor Bob (Dean Martin) a coreografar um grupo de meninas?


Mas meu preferido é  "Artistas e modelos",  em que o sonâmbulo Eugene Fullstack sonha com as histórias de Vincent,  o Abutre.



E para fechar,  não dá para esquecer dessa cena de "Qual o caminho para guerra?".  Uma aula de alemão imperdível!!!

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Figurinha difícil (1) - O álbum da Copa de 1970

Luiz Artur Ferraretto


Colecionar álbuns de figurinha era um dos passatempos de quem, como eu ou o meu irmão, cresceu na segunda metade do século 20. Na época, a gente comprava os envelopes aos poucos, aproveitando alguma sobra de dinheiro destinado à merenda ou para alguma ida ao cinema. Por uma espécie de tradição familiar, em 1970, como minhas tias haviam feito com ele, o Dena foi colecionando este álbum para nós dois. É o da Copa do Mundo daquele ano, a do México, a do tricampeonato ganho pelo Brasil. Eu tinha quatro anos e lembro apenas da minha família correndo até a frente da casa, na rua Francisco Marques, em Rio Grande, a cada gol da seleção.
No verso da capa do álbum, com letra cuidada e com o mesmo esmero dedicado a colar as figurinhas apenas pela parte de cima, meu irmão anotou resultado a resultado, não esquecendo de indicar os nomes dos donos do álbum e que o Brasil sagrava-se tricampeão.


Este negócio de colar a figurinha pela parte de cima era uma herança dos tempos em que se usava grude, embora, em 1970, um comercial de televisão já anunciasse: "Cole com Tenaz e descole se for capaz".


Quem foi guria ou guri nestes tempos também vai recordar a enorme dificuldade para se completar um álbum de figurinhas, ainda mais no caso dos que, como o Dena e eu, moravam bem longe dos principais centros urbanos do país. Era frequente solicitar os cromos faltantes e nunca recebê-los. De fato, a gente nem tentava fazer isto. Dependia da troca de figurinhas com amigos e colegas. Na impossibilidade total de completar um álbum, recorria-se a pequenos "dribles" como colar cromos repetidos, fingindo fechar algumas páginas.



Para a gente, importava mesmo o divertimento em si. E, no caso do álbum e da Copa de 1970, o tri brasileiro. Afinal, pelo menos, as páginas da seleção campeã estavam completas, embora se comentasse que a do Pelé era a figurinha mais difícil do álbum.



sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Um robô pra chamar de meu (1)

Elisa Kopplin Ferraretto


Muita gente que foi criança nos anos 1960 e 1970 alimentava um desejo secreto: ter  um robô como seu melhor amigo. Igualzinho ao Will Robinson da série "Perdidos no Espaço", com o modelo B9, conhecido simplesmente como Robô. Inteligente, divertido, sensível às vezes, sarcástico em outras, quase humano. Mas com uma força e um arsenal de truques que nenhuma pessoa poderia oferecer.
Naquela época, a gente fazia folia na rua sem medo de assaltante nem de traficante. Mas,  na nossa imaginação,  sempre havia o risco de, enquanto se brincava de roda,  de pegar,  de esconder,  de passar anel,  de fita etc.,  surgir um alienígena horrendo,  um monstro de oito olhos,  um gigante ou  horror dos horrores!  o Homem do Saco,  pronto a enfiar dentro daquele trapo sujo as crianças arteiras.  Então, ah, se a gente tivesse um robô para nos proteger!!!  Ele avisaria: "Perigo, perigo", de suas "mãos" sairiam raios e nós, ilesos, ficaríamos cheios de orgulho por termos um amigo tão especial... Sonho nunca concretizado,  mas sempre lembrado pela  miniatura que nos espia das estantes...


O Robô foi criado por Robert Kinoshita. Anos antes, de sua imaginação também  saíra o Robby, do filme Planeta Proibido.  Na foto,  o velhinho (que morreu em janeiro deste ano,  aos 100 anos) com nossos dois amigos inesquecíveis.


Faz um tempo enorme que não sou mais criança,  mas,  como não se confirmaram as previsões do passado,  de que no longínquo ano 2000 todos teriam seu robô pessoal, eu sigo sonhando com o meu. Afinal,  amigos de verdade são cada vez mais raros,  e uma proteção extra nestes tempos difíceis viria bem.  Pena que o medo de hoje não seja mais imaginário,  não seja mais do alienígena esquisito,  do monstro de mentirinha, do Homem do Saco...

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Toca Raul! Alguns vídeos sobre o Maluco Beleza

Luiz Artur Ferraretto

A qualquer momento em algum bar, alguém vai pedir: "Toca Raul!". Aqui em casa, é ligar o aparelho de som e sempre há um momento para o Maluco Beleza. Como áudio não existe sem vídeo, aproveitamos para rever alguns DVDs produzidos por fã-clubes do Raul com clipes. Respeitosamente, em agosto de cada ano, próximo ao dia em que o maior roqueiro da história do Brasil subiu para outro firmamento, assistimos a estes trechos de telejornais gravados em velhas fitas VHS que, com o tempo, fomos digitalizando. Do dia 21 de agosto, as reportagens dos programas "Cidade 5", do SBT de Porto Alegre; "TJ Brasil", do SBT em rede nacional; e do "Jornal Nacional", da Globo.



 
Do dia seguinte ao falecimento do Raul, a cobertura do "Jornal da Band" e do "Jornal Nacional".

 


E uma observação importante: não pretendemos, com a divulgação destes vídeos, todos gravados há duas décadas, desrespeitar direitos autorais. Estão aqui apenas como uma homenagem a Raul Seixas e a todos nós, os seus fãs.